sábado, 17 de junho de 2017

Vida imediata e vida maior



Nossa vida maior pode ser comparada a uma ida da sua casa à padaria, a pé.
Nossa vida imediata são os nossos pés.
Você pode ir descalço, tênis ou sandália; pisar em pedras, buracos, poças de lama, chutar uma pedra. Pode até se ferir, vai dar um tapinha ou uma passada de mão, mas vai seguir caminho. Sem nem ficar consciente das suas pisadas; alusivamente, não olhando para as circunstâncias. Porque, para você, isso não importa; você só quer ir, comprar o seu pão, trazer para casa e comer com a família.
É assim a nossa vida.
Para quem crê só nessa vida tangível e imediata diante dos nossos olhos, vai ser como aquele que anda olhando para os pés, para as poças, pedras e obstáculos. Para quem sabe que há uma vida maior, isso pouco importa, ele vive em outro nível de consciência, onde as gravidades desse mundo nada é diante da grandeza da vida...

Jean Charlles

Vontade de Deus X Minha Vontade


                A "Nova Era" é o conjunto de conhecimentos que compõem a espiritualidade do novo milênio, e cresce a cada dia em todas as culturas do mundo. Ela coloca o homem no centro e, de certa forma, tira Deus da equação, laborando contra tudo que vem da Espiritualidade "tradicional" e religiões. Se apresentam como novas descobertas, novas doutrinas, novos conceitos, novas revelações, suprindo a necessidade humana de controlar e entender todas as coisas e trazendo respiros fugazes; mas também revelando nosso grande poder de realização. Nos traz várias informações e métodos de como podemos usar o nosso poder pessoal para realizar tudo o que quisermos. 
                     Eu mesmo, por muito tempo, entrei de cabeça nesses sistemas de crenças e construções metafísicas para que tudo que eu queria fizesse parte da minha existência. Tenho filmes como “Quem somos nós”, “O Segredo”, livros de neurolinguística e coisas afins, que nos ensinam como manipular e criar a vida como queremos. São coisas muito interessantes e verdadeiras, a abertura de um mundo novo existente dentro do campo mental e energético de cada um de nós. Tive sucesso em muitas investidas, em outras tantas, não.
                Mas nós cristãos sabemos que existe a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em nossas vidas, e ela é muito melhor do que podemos querer ou imaginar, então aqui entramos num impasse.
                A Natureza é feita de leis, Deus as constituiu, então, tudo que se planta, se colhe. Se você quer determinada coisa ou situação, seguindo um método de construção mental, física e até espiritual, você invariavelmente realizará.
                Quando queremos algo e determinamos que teremos aquilo, vamos em busca da realização sem se importar se é ou não da vontade de Deus. Em algumas ocasiões, coincide que a nossa vontade e a vontade de Deus sejam a mesma, mas na grande maioria das vezes, não é. Então sofremos.
                Sofremos porque mesmo tendo aquilo que sonhamos tanto, não nos sentimos completos e satisfeitos. Ou então porque simplesmente não conseguimos realizar como queremos ou planejamos. E por que, cristão?
                Simples. Nós oramos para que seja feita a vontade de Deus em nossas vidas e ao mesmo tempo clamamos e lutamos ardentemente para que seja feita a nossa vontade. Então o que acontece? Nada. Nem a nossa vontade, nem a vontade de Deus, porque não há foco, não há um trabalho contínuo em uma só direção, não há caminho reto e constante.
                As igrejas e o Evangelho que está sendo pregado, não raras vezes, estão cheios de conceitos da Nova Era, cheio de receitas de domínio da própria vida através das nossas próprias convicções limitadas e materialistas.
                Quando se entrega a vida a Deus e diz “Que seja feita a sua vontade” a entrega tem que ser completa, não podemos tratar a Deus como um copiloto que a gente entrega a direção um pouco, pega de volta, dá ordens e ainda coloca culpa se algo sai errado. Entrega é entrega.
                Então, penso que temos que escolher, qual vontade queremos que sobressaia em nossas vidas? Nós temos vontades muito legais, mas nem sempre são boas  ou nos fazem felizes, e sabemos que a vontade de Deus supera todas as expectativas.
                O que falta então para decidir? Coragem. Fé para entregar o comando nas mãos de Deus, ir seguindo a vida que se apresenta e a se quer também, fazendo o que está ao nosso alcance, criando situações para nos realizar, mas com a paz de que, se não der certo como queremos, é porque foi melhor assim, e sem a ansiedade angustiosa de querer ser o super homem ou a super mulher da realização pessoal vivendo aflições desnecessárias. Se mantermos a comunhão em Deus sempre, viveremos o melhor.
                Então, eu escolho...
Que seja feita a Tua vontade, assim na Terra como nos Céus...
Jean Charlles

Um país de saqueadores?




Esse CAOS no ESPÍRITO SANTO só confirma a triste verdade que vivemos num país de salteadores. Claro que muito brasileiro abomina esse tipo de coisa, mas o "se dar bem" inserido no DNA brasileiro preocupa. Não importa o nível social não, só não se rouba se tiver alguém de olho, se não tiver, rouba mesmo. Um país de ladrões e saqueadores. Basta a polícia não ir pra rua, deu mole, perdeu. São pessoas ditas comuns, as mesmas que saqueiam caminhões tombados.

De onde vem isso?

Nós já nascemos assim, a colonização já foi assim, e fomos desenvolvendo isso até então. O império foi assim, o Brasil colônia foi assim, o início da república foi assim e continua assim. Daí ficamos chocados quando os políticos agem assim, ora, os políticos são eleitos pela população que saqueia.

Isso é muito infeliz, quando um país perde todo o caráter, onde o cidadão só não assalta por medo. Um país assim não tem futuro, saqueia a si próprio. Não há sentimento nenhum de humanidade, só de se dar bem em detrimento de seus próprios irmãos de comunidade.

Você que se acha esperto, malandrinho, saiba que você é um bandido, nada menos que isso.

Que o Senhor tenha misericórdia e nos salve dessa perversidade, em favor de nossos filhos, de nossa descendência, dos habitantes do futuro.

Jean Charlles

Uma reflexão sobre a honestidade




Basta apenas ligarmos a televisão para que, em alguns minutos, em qualquer telejornal, acompanhemos mais um caso de corrupção. Desvio de verbas, acordos ilícitos, venda de interesses, lavagem de dinheiro, abuso de poder, tráfico de influências, contrabando, improbidades diversas. Um verdadeiro espetáculo de horrores que mostra as várias maneiras de “se dar bem” num país onde o “jeitinho brasileiro” é motivo de orgulho para muitos e a honestidade torna-se cada vez mais uma grande e rara virtude. Mas onde começa isso tudo?

Criamos rodinhas nas filas de bancos, nos ônibus, nas lanchonetes, e nos tornamos verdadeiros juizes. Aplicamos penas, falamos mal e nos revoltamos. Mas e nós, somos realmente honestos?

Corromper-se não diz respeito apenas a casos de favorecimento ilegal de alta escala ou que envolva muito dinheiro; muitas vezes, pequenas vantagens também corrompem os que se dizem acima do bem e do mal.

Por acaso você devolve o troco a mais que o caixa do supermercado passou num momento de distração? Você não leva pra casa e nem usa material público para fins pessoais da repartição em que trabalha? Não compra objetos roubados, piratas ou contrabandeados? Não tira carteira de estudante sem ser estudante? Não passa na frente numa fila porque tem um conhecido? Não compra ingressos mais baratos de cambistas? Não anda pelo acostamento num trânsito engarrafado? Não pega atestado médico sem estar doente para não trabalhar? Não faz gato de luz, água, TV a cabo? Não superfatura uma nota fiscal quando vai ser reembolsado? Não diminui a idade do filho para não pagar entrada, passagem ou hospedagem? Não suborna em ocasião nenhuma? Não registra bens com valor inferior para pagar menos impostos? Não fala pro seu filho: “- Faça isto que eu te dou aquilo”? Você avisa pro garçom que faltou um refrigerante que ele não contabilizou?

Essas e outras atitudes não parecem comuns do cidadão que acha que corrupção só existe na TV.

Temos que estar sempre atentos para que o crime e a injustiça não se estabeleçam em nossa sociedade, mas primeiramente temos que ser fiscais de nós mesmos e lembrarmos da máxima do Cristo: “Hipócritas, tirai primeiramente a trave do vosso olho, e então vereis como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão”.






Jean Charlles

Pecado e vícios morais



Dizem que há uma receita simples para se cozinhar um sapo. Coloque-o em um pouco de água fria numa panela grande. Acenda o fogo e deixe esquentar devagar. Se colocar o sapo diretamente na água quente, ele pulará e sairá da panela; mas se a água for esquentando devagar, ele não vai perceber e acabará cozido. Claro, você não vai fazer isso, só citei essa receita aqui pra falar sobre um assunto que não parece, mas é sério.

O pecado e os vícios morais se tornam uma constante como a água na panela. No início parece estar tudo bem, que se tem um prazer inofensivo, uma fuga, um escape, e persistimos no comportamento que de maneira imperceptível vai se tornando um hábito.

Um choque de 220 volts pode levar à morte. Mas não só um grande choque pode ser fatal, mas uma pequena carga de energia pode levar à paralisação dos músculos, o sujeito não conseguirá se livrar com facilidade, e uma fração de segundo a mais pode paralisar o músculo do coração.
O eletricista amador corre muito risco por não saber ao certo os perigos da eletricidade. Ele sabe que um choque é ruim, mas ele sempre acha que pode se livrar do fio.

Com o pecado e os vícios morais não é diferente. As pessoas se atrapalham com eles por não saberem o poder paralisante que eles trazem para a alma. Quando se dão conta, percebem o tanto que os atos e hábitos viciosos e pecaminosos as prejudicam, até desejam abandoná-los, mas não conseguem se livrar do seu nocauteante poder de atração.

A melhor maneira de se livrar do pecado e dos vícios morais é cortando-o de uma vez e completamente. A abstinência vai fazer tremer e sofrer por uma semana, um mês, um ano, mas a libertação virá, e junto com ela a satisfação do autocontrole e a felicidade da vitória.

Mas tudo isso começa com uma decisão, esse é o primeiro passo. Decisão vem do latim decidere, que significa cortar, escolher um caminho com a eliminação de todos os outros. Depois disso, o segundo passo, é a oração. Peça a Deus que lhe conceda a graça e a sabedoria necessárias para morrer para aquilo de uma vez por todas. O terceiro passo é não mais fazê-lo. Não ir lá onde estava acostumado, não assistir filmes ou qualquer coisa que te leve ao pecado, mudar os hábitos colocando novos no lugar dos velhos. Com essa determinação, as coisas mudarão com certeza. Nada que adquirimos durante a vida é mais forte que nós mesmos e que o nosso criador. Nosso cérebro é plástico, nossas sinapses são reconectáveis e nossos hábitos são substituíveis.

Falo por experiência própria, me livrei de alguns, estou em processo de me livrar de outros. No mundo de maldades, enganos e ilusões em que vivemos essa é uma decisão quase impossível, e isso não quer dizer que seremos seres livres de todas essas fraquezas; mas uma coisa é errar, pecar, isso sempre vai acontecer; outra coisa bem diferente é viver deliberadamente em pecado, em erro.

E isso é um processo extremamente individual, deve ser feito com você, para você. Cada um sabe onde o seu calo aperta e cada um tem seu espinho na carne. Não caia na perversidade de querer mudar pecados e julgar outra pessoa que não seja você mesmo. Essa é uma busca pessoal e que deve ser feita para nossa própria felicidade.

Lembremos-nos das palavras de Paulo: “Não se deixe enganar... o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição.” Gálatas 6:7,8.

Jean Charlles

O propósito da vida



Todos nós temos um propósito na vida.


Você tem um talento singular, ou mais de um, e uma forma única de expressá-lo.

Geralmente nós sentimos qual é esse nosso talento, mas o sufocamos por não achar conveniente expô-lo. Por não dar dinheiro, não ser grandioso ou não ser comum no meio que vivemos.

Mas se, por acaso, você ainda não sabe qual é o seu, precisa descobrir.

E não é tão difícil.

A primeira pergunta que você deve se fazer é a seguinte: Quando o dinheiro não é problema e eu tenho todo o tempo do mundo, o que faria? Quando você está fazendo essa coisa, entra em estado de graça, não vê o tempo passar. Talvez a brincadeira que você mais gostava quando criança pode dar uma dica.

Se a resposta for o que está fazendo agora, você já vive seu propósito.

Outra coisa importante, e que dá plenitude ao seu propósito da vida, é que é algo que deve servir à humanidade. Quando você estiver fazendo essa coisa e servindo à humanidade com ela, você experimentará um delicioso estado de consciência.

Quando não vivemos nosso propósito de vida, sentimos um vazio impreenchível, uma impressão de falta, um estado crônico de depressão. Deitamos para dormir sem aquela feliz sensação de dever cumprido.

Descubra-se, busque o seu interior, a sua alma. Isso pode ser conseguido com práticas espirituais.

Descubra esse algo que lhe dá um prazer superior.

Descubra como pode, com esse talento único, servir às pessoas. Pergunte-se: como posso ajudar com isso?

Quando você descobrir essas três coisinhas, experimentará uma alegria e abundância ilimitadas.


Experimente!


Jean Charlles

A escuridão do Iluminado



Um inimigo inteligente e experiente aprendeu a melhor maneira de destruir um ser nascido para o sucesso. Ele o rodeia porque sabe do seu potencial.
A sua primeira estratégia é confundir o ser maravilhoso, para que este não se atine para o próprio brilho que emana.
O inimigo é sagaz, sabe que não conseguirá esconder por muito tempo a luz do Iluminado, então inicia uma série de experiências na tentativa de descobrir como destruir por completo aquela vida, antes que ela comece a desabrochar.
Depois de inúmeras tentativas e observações, ele percebe uma pontinha de fraqueza naquele ser, e começa a investir naquele ponto.
O Ser não percebe de pronto que está sendo atacado, mas sente que seu vigor não é o mesmo e logo compreende que está perdendo força. Então ele fixa sua atenção naquela fatalidade em sua vida e toda a sua alma se volta para aquele problema. Condensa suas energias na tentativa de vencer o mal que lhe sobrepõe, mas percebe que é inútil. Aquela brecha em sua vida parece sugar toda a sua energia.
O Ser antes iluminado se vê entenebrecido. O seu mundo perde o colorido, ele não vê outra saída que não aceitar que perdeu. Busca a piedade do seu inimigo invisível, mas este se ri dele e inicia a segunda etapa do plano: cegar o Iluminado até que a morte alcance a sua vida e o mesmo pereça antes de brilhar. O inimigo faz o Iluminado olhar intensamente para o seu problema e vê-lo cada vez maior.
O Ser então se fecha e se esconde. Toca na própria ferida e lamenta a sua sorte. Fecha a face e se faz infeliz, como quem clama por misericórdia. Como quem pede socorro, tenta refrescar a sua alma como um mendigo pedindo pão. Então o tempo começa a correr e o inimigo passa a comemorar. Essa será mais uma vitória alcançada? Parece que sim! O Ser tenta reagir, mas não acredita na cura. Olha para os lados, mas não enxerga a saída.
O Ser tão iluminado que é não percebe a sua luz. Olha para si mesmo e enxerga um fracassado. A sua alma se vê desiludida, desenganada. Então vem o tempo e enfim leva o Ser, como leva tudo um dia. Acabou! O inimigo é de fato muito inteligente. Bastou ressaltar a fraqueza do Iluminado para que este se auto subjugasse inferior e assim não desse início à sua caminhada, deixando apenas a existência carregá-lo para a morte.
Fato é que só foi tocado num pontinho, mas foi levado a acreditar que aquele ponto era tudo. Aquele pontinho de fato existia, mas todo o restante era luz. Como o Iluminado se deixou levar tão facilmente por aquela questão? Como pôde ser tão cego de si mesmo?
Que fatalidade, não? Mas é isso mesmo, assim aconteceu com este Iluminado, e acontece todos os dias com muitos Iluminados. Pessoas cheias de potencial, cheias de energia, que de repente não aceitam mais serem vistas como luz só porque em determinado momento de sua vida as trevas as alcançaram.
Ora, as trevas sempre alcançaram a luz, mas jamais prevaleceram sobre ela. Onde entra a luz, as trevas perdem o espaço. Mas para que isso aconteça a luz precisa se impor. Precisa decidir brilhar. Necessita saber que é luz e não ficar esperando que uma outra luz se faça presente. Afinal, qual proveito há em acender um sol ao lado de outro sol?
Essa é a maneira que o inimigo encontrou para destruir um Iluminado: fazê-lo crer que não o era, haja vista que tem um problema, que tem uma falha. Como um Iluminado teria uma falha? Logo não é Iluminado. Na verdade, ele sabia que era luz, mas perdeu tanto tempo dando atenção à sua fraqueza que se esqueceu de brilhar. Então o tempo passou e lhe tirou a vez.
Iluminados! Prestem atenção: um espinho na carne traz de fato uma dor, mas se essa dor está dentro do seu limite de suportabilidade, então faça com ela apenas o necessário, suporte-a. No mais, se permita viver sem dar tanta importância para a dor. Assim, você terá o prazer de enxergar o brilho da sua própria luz, porque esse brilho é inevitável, sempre existiu e existirá em toda a sua jornada.
A vitória do inimigo não esteve em evitar a luz do Iluminado, porque esta façanha não é possível, mas foi destruir a visão para que este se prendesse em acreditar ser um fracassado e perdesse a chance de se guiar com a própria luz que emana.
Argumento de Patrícia Lima Ferreira
Jean Charlles

A dinâmica dos vícios


Andei pensando sobre os vícios. Todos.

Percebi que os vícios são coisas bem sem sentido. Vamos começar pelos vícios mais comuns. A bebida e o cigarro.


O Fulaninho acende um cigarro, o primeiro da sua vida. Ele tosse, sente ânsia de vômito. O corpo recusa, repele aquilo. Mas ele insiste, e com o tempo, o corpo e a mente passam a pedir aquela substância dispensável.


A Sicraninha abre a sua primeira cerveja. Ele toma e acha o gosto amargo e a sensação do álcool desagradável. Mas todas as suas amigas bebem e dizem pra ela que a vida é ótima depois de uma "cerva". Ela acredita, insiste, insiste mais alguns meses e, de repente, ela tá gostando, achando bom demais.


O Beltraninho vê seus amigos tomarem whisky, vodka ou qualquer outra bebida destilada. Ele se sente fora da turma. Pega seu copo e pede uma dose. Toma já sabendo que não vai gostar apenas por sentir o cheiro da bebida. Toma. Acha a pior coisa do mundo. Sua língua adormece e seu esôfago queima. Ele odeia, mas finge gostar. Quando os amigos não estão por perto, ele toma dentro de casa a bebida dos seus pais, para se acostumar e beber com mais segurança na próxima balada.


Bom, alguns meses depois, nossos personagens estão viciados. A partir daí, tudo é motivo para beber: alegria, tristeza ou neutralidade. Ainda não sabem que é um problema que vão levar para a vida toda. Com algumas poucas exceções, alguém não vai se viciar.


É por isso que é sempre perigoso experimentar qualquer tipo de entorpecente, afinal, não conhecemos nossas tendências. A mesma dinâmica acontece com a maconha, cocaína, heroína, crack e todo e qualquer narcótico e suas variáveis. Existe coisa mais sem sentido? Você cria uma necessidade que antes não tinha, passa a ter, e o seu prazer é satisfazer a necessidade criada. O cigarro, por exemplo, cria uma ansiedade e nervosismo que só é tranquilizado após algumas tragadas. Aí a pessoa diz que quando para de fumar, fica nervosa, mas esse nervoso é a dependência física.


Existem aqueles vícios que se originam das nossas necessidades. Por exemplo, precisamos de sexo para o equilíbrio energético, psicológico e afetivo. Mas ninguém precisa fazer sexo dez vezes por dia com cinco pessoas diferentes. A dinâmica do vício aqui é tentar tapar uma carência qualquer com a eternização do prazer sexual. Ilusão. É um saco sem fundo. Neste caso, o sexo perde totalmente sua característica de equilíbrio e torna-se, ao contrário, uma tortura.


E nessa linha podemos citar os vícios de falar mal dos outros, de criar confusões ao nosso redor, de guardar coisas velhas e sem serventia. O vício de pensar negativamente, de comprar, de juntar bens materiais, de vitimizar-se, de fazer chantagem emocional ou manipular as pessoas. O vício de comer, dormir ou ver TV.


O vício é comum entre as pessoas, mas não é normal. O vício, seja qual for, é a principal causa de infelicidade do ser humano. Mortes prematuras, suicídios, doenças, loucura, perdas materiais e afetivas.


Os vícios permeam no campo mental e nas ligações químicas do nosso corpo. Nos explica Joseph Dispenza - quiroprático e doutor em química pela universidade Rutgers de New Brunswick em New Jersey - que as células do viciado se acostumam ao bombardeio cotidiano de certos comportamentos, fazendo com que, ao se dividirem, produzam células irmãs ou filhas, e, nessas novas células, vão haver mais receptores para esses peptídios neurais e menos receptores para as funções naturais da célula como descartar toxinas ou absorver vitaminas.


O vício em qualquer comportamento cria redes neurais e torna-se confortável viver daquela maneira. Pois a mudança exige que haja a criação de outras conexões e isso causa um grande desconforto, uma abstinência química, nos levando a um momento de caos. Passando esse momento crítico, somos apresentados ao verdadeiro conforto e felicidade e nos tornamos senhores de nós mesmos. Mas muitos desistem nesse momento de caos, pois é muito dolorido ver seus antigos conceitos se desmoronando e seus modelos quebrados, é muito sofrido o momento em que o cérebro está se religando, se reconectando e nos transformando.


Você já parou pra pensar porque você tem vícios? Você não tem nada melhor para se apegar talvez porque ninguém tenha te ensinado a ter nada melhor. Daí você se vicia em ilusões com o intuito de não encarar a realidade. Mas isso, mais cedo ou mais tarde terá que acontecer. Se você passar a vida escravizado pelos vícios, poderá até ter uma vida morna, saindo dessa vida sem saber o que é crescimento e felicidade.

A glamourização dos vícios tem levado muita gente ao sofrimento. As propagandas estimulam, os pais negligenciam, o imediato da vida material reforça. Falo sobre vícios por experiência. Me livrei de vícios que nunca imaginei ser capaz e estou ainda em processo de libertação de alguns outros. Posso dizer, depois de tudo, que até que não é tão difícil, apesar de sentir em determinados momentos, que era impossível. Quando se quer realmente, a libertação dos vícios é relativamente fácil. O problema é que tão poucas pessoas querem realmente mudar e se aprazem nos vícios.


Faça valer a sua vida. Seja senhor de si e não seja escravo de nada. Você foi criado para a liberdade. O equilíbrio com as verdadeiras necessidades nos torna leves e harmônicos.


Seja feliz e se apegue realmente ao que faz sentido e é realmente bom e prazeroso. Não se entregue às ilusões do mundo. Seja livre! I want to break free, I want to breaaaak freee...


Jean Charlles

Solidão



Há tempos venho reparando em como a solidão tornou-se companheira de tanta gente. A solidão passou a ser um sentimento que independe das pessoas. Sentimos solidão rodeados de gente. O que será que está acontecendo?

Pessoas vão para baladas sozinhas e voltam sozinhas. Bebidas, danças frenéticas, parceria para beijos e sexo não afugentam a solidão, e muitas vezes, até a reforçam. Nossas casas estão mais confortáveis, nossos carros mais velozes e nossa vida mais vazia. Nossos corpos estão sarados, nossas roupas extravagantes e nosso coração está gelado.

É certo que somos sós, seres independentes. Nascemos sós e morremos sós. Mas isso quer dizer individualidade e não solidão. O sentimento de solidão é o que dói, o que nos enfraquece diante da vida.

Perdemo-nos nas atrações da modernidade e do materialismo e nos esquecemos da diversão, de passar bons momentos com quem amamos, de dizer que ama, de abraçar, de ficar juntinho conversando. Tudo parece que tem que ser sexual, que tem que ser rápido que amanhã já tem outras pessoas. E quanto mais a gente busca se livrar da solidão, mais ela nos persegue. Ela está numa reunião familiar, em meio à multidão, no vazio da nossa cama. Ela está dentro de nós.

Ela nos enlouquece de tal forma, que até quando ela não está, a procuramos. Por que a gente foge de dar amor para alguém que nos pede? Por que a gente não tem coragem de dizer que está apaixonado? Por que a gente acha que nossos pensamentos e opiniões são melhores que a dos outros?

Medo.

O medo traz a solidão. O medo de sofrer, de ser ridículo, de “pagar mico”, de se envolver, de tocar e ser tocado. O medo das ameaças da vida. E, quanto mais a gente foge do sofrimento, mais sofremos.

Ficar sozinho é necessário às vezes, nos refaz, nos centra, nos prepara para um novo momento. Mas essa solidão sentida, sofrida, como uma flecha no peito, é perigosa. Quantas mortes já não trouxe? Quantas doenças e péssimos estágios de sobrevida? Quantas mazelas para o mundo já bem cheio delas?

A solidão consola, a solidão vicia, a solidão mata. Como qualquer outro narcótico. E qual é a solução para a solidão?

O amor.

O único sentimento capaz de nos livrar desse grande mal. O único antídoto para todos os males. O desenvolvimento dele é um hábito.

Com o tempo, amamos naturalmente, e seremos rodeados de pessoas ou, pelo menos, de seus sentimentos de amor.

Jean Charlles

Sou ateu, graças a Deus



Ateísmo. Contrário de teísmo, que é a crença que existe pelo menos um deus.



Estava lendo sobre isso, vendo opiniões, textos, reflexões, demandas e concórdias. Pensando um pouco sobre tudo o que li e o que ouvi minha vida inteira sobre ser ateu, cheguei à conclusão de que o ateísmo não existe. 


“Sou ateu, não acredito em nada”. 
Isso não existe! 


Todos nós temos inerentemente a certeza de algo superior que preparou tudo antes de existirmos. Antes de termos consciência da nossa existência, tudo à nossa volta foi “pensado” e materializado para que fosse possível nossa vida. 


Se há algo superior a todos nós, capaz de criar leis perfeitas que regem os átomos e as galáxias, esse algo é considerado Deus. 


Eu falo Deus porque é o vocabulário que uso, mas isso realmente não importa. Pode ser Força Superior, Natureza, Energia, Acaso, Nada, Luz, Criador, Universo, Divina Providência, Infinito ou qualquer outro nome existente ou inventado. O que importa é que existe a razão de tudo o que existe. 


Agora, existem os que se dizem ateus por não acreditarem em Cristo, na Bíblia, na religião e no deus vulgar criado pelas crendices religiosas populares. Isso é normal, até porque nesse deus estranho pregado pelos religiosos mais tradicionais eu também não acredito. Então, eu também sou ateu. 
Graças a Deus!


Graças a Deus eu tenho o raciocínio capaz de pensar o que quiser. Até o impossível, se possível.


Frasezinha fácil de dizer, mas que no fundo esconde um significado mais profundo. Uma revolta ou não aceitação, falta de entendimento das leis universais, incompreensão, solidão, medo do desconhecido ou ingenuidade. Então dizer Sou ateu dá certa sensação de alívio e liberdade de viver sem se responsabilizar por nada que acontece ao seu redor e em sua própria vida. 


Ser ateu é uma fuga. Assim como o fanatismo religioso. São extremos do mesmo vazio existencial. 


Você pode não acreditar em nada que lhe disseram até hoje ou no formato que lhe ensinaram os padrões, mas você sabe que existe algo muito maior do que você que dá sentido a tudo. É uma força interna que grita por mais que você queira tapar os ouvidos.

É isso aí. Que está bem aí dentro. Esse sentimentozinho que você tenta encobrir com berros de sou ateu. Isso aí é exatamente o que você diz não acreditar. Mas, bem no fundo, você sabe que acredita. Só você sabe. 


Ainda não está convencido? Então pare e repare bem como as ondas quebram à beira-mar; como trabalha o seu tímpano, suas células, suas sinapses; no olhar de amor de sua mãe quando te vê; na gestação de uma criança; na sua inteligência; na rotina dos dias e noites; na movimentação das pessoas e dos astros; nas fórmulas matemáticas; nas descobertas científicas; nas experiências com o DNA; no fogo ou nos ventos... Repare os seus sentimentos mais profundos. Vai saber que está tentando se enganar. 


Se apesar de tudo isso ainda não se convencer, continue. 



São infinitas as provas de que Deus, ou qualquer que seja o nome que queira chamar, existe.

Jean Charlles

Riqueza, prosperidade, abundância

O Universo é todo abundante. 

Tudo é muito grande, tudo é bilhões e bilhões, tudo expansivo. 
Aqui na Terra não é diferente. Tudo é lindo, toda a criação é de primeira qualidade, não conseguimos ainda catalogar todas as espécies de plantas e animais; tudo é muito, abundante, próspero. Toda a Natureza é esplêndida, espetacular, rica. Os recursos são ilimitados, quando não se consegue mais produzir com determinado material, logo se substitui por outro. Deus é riqueza, abundância, plenitude; tudo em Deus é transbordante, cheio, completo.

Mas o diabólico nos faz acreditar na falta, na pobreza, na escassez. Herança dos dominadores e da religião sem Deus. Nos faz acreditar que pobreza é honra. Humildade também não tem nada a ver com pobreza, há pobres soberbos e ricos humildes.

O dinheiro é o senhor de todas as possibilidades deste mundo, e nós somos os senhores dele, e não o contrário. Mas acabamos por ser escravos, onde ele determina o que vamos ou não fazer. 
É ele que nos possibilita realizar qualquer coisa neste mundo. O computador que você está lendo isso veio do dinheiro assim como a energia que o liga, a cadeira que você está sentado, a sua mesa, o seu smartphone, as roupas que está usando, o alimento que te sustenta, etc. É o dinheiro que nos possibilita cuidar da nossa saúde com boa alimentação, cuidados médicos, métodos de profilaxia; nos possibilita crescer intelectualmente, estudar, fazer cursos, viajar, conhecer culturas, comprar livros, seminários e palestras; nos possibilita dar conforto e tudo que é preciso para nossa família e para todos que nos cerca; nos possibilita sermos mais generosos e caridosos, ajudando muito mais; nos dá paz de viver, de pagar o que for preciso para não sofrermos privações. Enfim...

Me sinto ridículo tendo que dizer que dominar o mundo material é algo bom e até espiritual. Sim, espiritual; a não ser que você seja um ermitão, morando numa selva, se alimentando de frutos e animais abatidos, morando em cavernas e bebendo água de riacho, você precisará de dinheiro até para estar em paz não tendo que sobreviver às preocupações da falta do básico.

Mas o destruidor nos engana e diz que bom mesmo é ser pobre, “pra dar valor”, “quem é rico não é honesto e nem espiritual”, “quem é rico há algo de errado”, e um milhão de outras crenças dessa natureza. 
Daí, quem tem dinheiro tem que esconder, não pode falar que tem, “isso humilha os pobres”, muitas vezes sendo julgado de “Ostentador” simplesmente por ter um carro bom, roupas boas, viagens incríveis; isso “diminui os outros”. 
Crenças perversas, apenas isso. 
Mas por outro lado é bonito e admirável contar desgraças, narrar a pobreza da sua vida e relatar a miséria que passa.

Me sinto ridículo também em ter que dizer que pobreza, falta, escassez, limitação, não são coisas boas para ninguém. Ainda bem que nem todo mundo pensa assim, não é? Senão não teríamos tecnologias, empreendimentos, e nada que trouxesse crescimento, porque tudo que soluciona os problemas ou facilita a vida das pessoas envolve milhares de milhões de dinheiro, e isso é inadmissível para quem tem a mente plantada na escassez, na pobreza, no pouco ou quase nada. 

E então, a nossa vida se faz a partir das nossas crenças, que determinam nossos pensamentos, que determinam nossos sentimentos, que determinam nossas atitudes e ações, que determinam nossos resultados.

Tenho plena consciência de que esse paradigma é extremamente forte, principalmente aqui no Brasil (não é a toa que aqui neste país maravilhoso, riquíssimo, cheio de recursos e possibilidades, a sua população é pobre), e mexer em crenças solidificadas por gerações não é nada confortável, mas me senti na obrigação de chover no molhado e dizer coisas óbvias.

Deixo bem claro que estou bem longe de me referir a malcaratismos e distorções do que quer que seja, e não estou falando de riqueza fútil, egoísta, estravagante e escravizante; estou falando de possibilidades e da abundância presente em toda a criação.

Deus é todo riqueza e o Universo tem recursos infinitos que se renovam a cada segundo.

Mas... temos que ser senhores...

 As riquezas foram feitas para nós e não nós para ela. Jesus nos ensina isso quando diz: Não ajunteis tesouros na terra, onde o ladrão rouba, a ferrugem consome e a traça corrói, mas no céu, porque onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração...

Jean Charlles

Revolta



Às vezes fico meio revoltado mesmo.


Há muito tempo eu tenho esse temperamento meio revolto, e muitas vezes me pegava envergonhado de sentir o que sentia. Mas, certa vez, uma amiga minha, a Patrícia, que me mostrou muitas coisas interessantes da minha própria personalidade, me fez ter uma visão diferente.



Escreveu ela:


"O que consome e ao mesmo tempo gera a energia da alma. Força constante, determinada e geradora.
Revolta. O nome soa como revolução, rebeldia. Às vezes discórdia, tumulto, angústia, raiva. Mas também pode ser rompimento, novo tempo, mudança, transformação.
Por que não atitude?


De repente uma situação geralmente negativa começa a se repetir, e a partir daí se intensificar, e com isso os sentimentos vão se unindo até eclodir numa grande explosão geradora chamada...


Revolta.


Palavra que traz uma agitação interior, a lembrança do movimento. Ou de tumulto, de pessoas caminhando de forma desordenada, trombando umas nas outras. Ou até quem sabe uma atitude grosseira, repentina, às vezes até inconsequente.


Enfim, o que seria do mundo sem a revolta, sem essa eclosão geradora?

Geradora sim, porque onde há harmonia, correspondência, sintonia, não há situação negativa o suficiente capaz de se intensificar e eclodir numa revolta. Assim, se a existência do homem fosse envolvida apenas por harmonia, não haveria força o suficiente para a geração da revolta, da mudança.


Na verdade o planeta hoje já vive, em parte, sem a revolta. E assim, estagnados diante das dores e das mazelas, pacificamente assistimos a instalação do caos. Preocupamo-nos com as boas maneiras, com a política da boa convivência, nos deixamos dominar por este pacifismo sem eloquência, que na verdade tem gerado mais ódio e dor do que amor e satisfação.


Vamos sendo pacíficos diante da fome sem necessidade, do analfabetismo pela falta de boa vontade, da pobreza por excesso de egoísmo, das guerras, fruto da ganância e do orgulho.

Saiba que não precisamos chamar pela revolta, ela já está se formando com todas as situações negativas que o mundo nos oferece. A revolta já esta à porta. Mas ela ao chegar não irá bater nem pedir licença, irá eclodir. E com isso virá a dor, porque a revolta traz consigo rompimento e isso faz nascer um novo tempo, fruto da mudança que a transformação das emoções negativas fizeram nascer com a energia advinda da revolta.


Texto elaborado em homenagem ao meu amigo e irmão Jean Charlles, que traz no seu peito uma válvula de revolta, capaz de eclodir com o mais singelo estímulo. E não pensem que isto é um mal que ele carrega, antes é a sua maior virtude, porque ainda que cause espanto e tumulto emocional, é um grande gerador de mudanças, o qual não se contrapõe ao bem, mas ao mal, que é gerado pela inércia de atitudes. Conheço bem o Jean, não necessariamente por ele ser transparente, pelo contrário, gosta de ser bem misterioso, faz parte do seu charme. É que eu tenho certo dom de ler as pessoas. Seu jeito temperamental é tão intenso que chega a ser engraçado. Pelo menos eu acho. Pois mesmo quando a farpa cai pro meu lado, não consigo deixar de rir. É do tipo de pessoa que quem o conhece realmente ou o ama, ou o odeia. Eu estou do lado dos que o amam, e amam muito... Embora não conheça ninguém que possa odiar este ser humano fantástico! "






Eu adoro esse texto. Ele, ou ela, transformou o que eu achava ser um grande defeito numa virtude. E analisando profundamente, as coisas ruins só mudam depois de momentos de revolta, até de certa dor. Não fosse isso, nada evoluiria. Todas as importantes mudanças que ocorreram na minha vida aconteceram depois de um momento desses. É o ar puro e o clima de limpeza e harmonia depois da tempestade. 

Analisando assim, aprendi a controlar um pouco mais minha impulsividade, mas não anular meus sentimentos. Não destruir as expressões de minha personalidade. Ser eu mesmo.


Que possamos nos revoltar quando algo não tiver bem. Não a revolta no sentido ruim que fere, sofre e destrói, mas o ímpeto da mudança. Que toda a energia negativa seja expurgada de nossos corações, de nossas mentes, de nossas vidas depois de um grito de Basta!


Jean Charlles

Pássaros - voar a dois




Eu conheço a imensidão do céu
Pássaro que sou mergulharei de vez
Uma vez ou três
Duzentos por hora ou algo mais
Na velocidade de encontrar você
Te merecer
Voar sem ter onde chegar
E de lá do céu formaremos dois em um só
Fugirei da chuva
Beijarei o sol
Amanheceu 
É hora de voar 

Sigo meu instinto animal
Cruzo mil fronteiras garimpando amor, semeador.
De tanto voar achei você 
Multicolorido exatamente igual ao meu astral.
Melhor é voar a dois
E de lá do céu formaremos dois em um só,
Fugirei da chuva,beijarei o sol,
Amanheceu
É hora de voar
(Mikael Muti)
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Eu sei que é melhor “voar a dois”, mas perdi a direção dos ventos. Por muito tempo voei por vários céus sem me dar conta da beleza da viagem, com toda a minha atenção voltada apenas ao encontro. Na velocidade de encontrar alguém, não mereci ninguém.

Aves em preto e branco por muitas vezes feriram minhas asas, me fazendo deixar o céu e apenas olhar de longe sempre em busca de quem me fizesse voar de novo. A cada convite de voo, a felicidade do recomeço e a brisa suave que acariciava o rosto davam lugar a novas quedas e períodos de ventos fortes e tempestades. Me molhei nas chuvas, me queimei ao sol.

O meu último passeio a dois pelas alturas, de tanto que me fez descer aos vales sombrios do ser, me ensinou a voar sozinho. Com um olhar distante e empolgado com a nova descoberta, alcei voo acima das nuvens, e das estrelas, por vezes.

O amor que me acompanhava lado a lado e agora voa apenas nos limites do meu coração ficou embaixo, em algum lugar da eternidade. Só vejo de longe, entre lacunas nas nuvens que me mostram o mar, sem poder chegar perto, pois nossas asas não conseguem mais bater sem nos machucar. Olho de longe, com lágrimas e admiração, como um ser humano que me olha volitar de tardezinha e anseia por minha liberdade.

Serei feliz assim? Não sei. A única coisa que sei é que eu tenho que voar...
Jean Charlles

Presente



As horas passam, os dias vem, as noites vão, os anos correm, os segundo voam
O tempo se esvai, inexorável
A lua some, depois volta para o céu
O sol passeia pelo firmamento
Diante dos nossos olhos, todos os dias
O amanhecer está aí, a noite vem e tudo de novo
Mas, literalmente, tudo de novo
Porque apesar de iguais, todos os dias são bem diferentes
Seu organismo é outro hoje e será amanhã
O ontem não volta mais
Se perde na imensidão dos momentos
Instantes ímpares
Frações preciosas de possibilidades
A ventania passa e leva consigo
O sentimento de nós todos
Leva para longe um pouco da gente
Que ao ser captado por alguém, nos torna imortais
O hoje é tudo nessa vida
O instante banal é maravilhoso
Ele traz vida, aprendizado, oportunidade
A sua chance de dizer “bom dia”
Se perde para sempre
O “bom dia” amanhã é outro
Igualmente especial, único
O pensamento voltado ao passado ou presente de nada vale
Sofremos o passado, nos remorsos e arrependimentos, e chamamos isso de lembrança
Sofremos o futuro, por medo, ansiedade e falta de fé
E chamamos isso de planejamento
A gente perde tempo supondo um monte de coisas
Que não passam de ilusões
E perdemos o nosso maior presente, o aqui, o agora, o este instante
Eu sou o presente
Você é o aqui, o que eu toco, sinto, falo, neste exato momento
Nós somos o agora
O resto é fantasia, sofrimento, divagação, sonho
Desperte! Não viva o resto dos seus dias “dormindo”
Estou aqui, agora, para lhe falar que preste atenção, muita atenção em tudo à sua volta e finalmente perceberá que grande sentido tem a vida.
Jean Charlles

O Cristão e a Política


O cristão está no mundo, mas não é do mundo, portanto não tem nada que interferir na política e no governo deste mundo. Nós não vemos Jesus, os discípulos ou os apóstolos interferindo nos governos da época, vemos? De maneira nenhuma. Quanto aos costumes aceitos pela sociedade naquela época eram iguais ou piores dos praticados hoje. Mundo pagão, horrível.

Os primeiros cristãos eram reconhecidos pela sua misericórdia e não por protestos contra causas morais ou injustiças políticas. E o que as pessoas em geral no país fazem em suas intimidades não são causas de cristãos, não é de sua alçada. O que cada um faz da sua vida é entre ele e Deus, não entre ele o os cristãos. O incrédulo está disposto a matar e morrer para defender sua liberdade de fazer o que quiser da vida, e não cabe ao cristão querer moralizar quem não está nem aí para a sua fé.

Jesus é generoso e não arromba portas. O quanto cada cristão puder cuidar da sua própria vida, saindo de ambientes e situações que não lhe convém, que o faça, mas não queira transformar à força qualquer que seja o lugar. 

E sabe o que acontece com o cristão que quer se meter em cumbuca de ímpios? Mais cedo ou mais tarde terá que ceder e negociar, se corrompendo, porque na política desse mundo não se dá nada sem se pedir algo em troca. Fora do seu lugar, metido onde não foi chamado, o cristão é obrigado a agir de maneira diferente de sua consciência.

As coisas de Deus são loucura para o mundo. Mas essa loucura não é a insanidade de alguns tentando interferir na política, dando lições de moral com a Bíblia na mão.

Portanto, o papel do cristão não é “ficar sentado à porta de Sodoma”, tentando mudar as impiedades deste mundo, pregando moralidade ou querendo conquistar espaço na política, a sua função aqui é pregar o Evangelho para aqueles que se reconhecem pecadores. Somos estrangeiros de passagem, cordeiros soltos em meio a lobos. Este mundo é do leão que ruge ao redor, jaz no maligno. Se você tivesse diante de um leão, o que faria? Sairia correndo ou tentaria convencer o leão a se tornar vegetariano?

Quem é cristão vai honrar a palavra de Deus e viver de acordo, independente do curso deste mundo, o cristão vive à margem disso. Disse Jesus: Meu reino não é deste mundo, eles não são do mundo como eu também não sou; não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal.

Amizade com o mundo é inimizade com Deus. Igreja e estado andando juntos é um desastre, só voltar na história e ver no que deu. E a igreja tentando se unir aos poderes deste mundo passa a viver no trono do diabo, o príncipe deste mundo. Uma coisa é o individuo cristão que faz parte do mundo político como qualquer cristão em qualquer profissão; outra coisa é o interesse individual de riqueza e poder travestido de causa cristã como um tomar divino de poder, certos movimentos políticos não passam disso.

O cristão às vezes tem a ingenuidade de achar que vai mudar alguma coisa nesse mundo, trazendo o reino de Deus para essa Terra, e fazer sua fé se estabelecer por lei. Não, Jesus veio aqui e foi morto e seria morto hoje de novo, não pense que algo vai mudar por aqui. Fazemos as mesmas escolhas funestas de dois mil anos atrás e também as feitas nos primórdios da humanidade. Este é um mundo caído e a salvação é individual. Viva separado das coisas desse mundo com o olhar para a Verdadeira Vida. Somos peregrinos, em viagem, passando uma temporada.

Viva o melhor que puder, discernindo o que lhe convém vivenciar, pregando o Evangelho da Graça, não separando joio de trigo e dando a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus.



Jean Charlles - inspirado por falas de Mario Persona

Novo espírito, nova vida

Não sou religioso da igreja, sou da Espiritualidade
Não sou evangélico do templo, sou do Evangelho
Não sou crente da crença específica, sou porque creio
Não sou cristão do cristianismo, sou do Cristo
Não tenho religião
Não mudei de instituição religiosa
EU MUDEI DE VIDA.

Jean Charlles

Minhas cercas filosóficas

Passar os dias a se perguntar o que é bem ou mal, ou certo ou errado, ou qualquer outra demanda, sabendo que existem maneiras diversas de se observar um mesmo assunto, pode acabar levando o pensador a criar e se enroscar em teias de confusão, muita dor e inconformismo.
Neste mundo matrix em que vivemos não existe conceitos aceitos universalmente e nada é exatamente isso ou aquilo. Essa valoração é pessoal. A vida de cada indivíduo é baseada em seus conhecimentos, crenças e escolhas.
Pensando nisso, depois de muitas décadas de frustradas buscas de entendimento da vida e da morte, resolvi colocar limites em minhas terras cognitivas.
Eu, o ser conhecido como Jean Charlles, defini bem, pra mim, as coisas e limitei as minhas conjecturas.
O excesso de pensamento e a busca de um entendimento completo da vida só me trouxe muito sofrimento. Descobri que entender ou saber de tudo não é possível. Então escolhi o meu território de ação, coloquei as cercas e aqui vivo em paz e feliz.
Fiz isso de maneira consciente, mas todos fazem isso, mesmo inconscientemente. Ser alienado a determinados assuntos às vezes é uma boa estratégia para se preservar a vida e a saúde. Afinal, cada um sabe a carga que consegue carregar.
A minha filosofia também não passa de um limite estabelecido por mim, porque sei que a partir dali é só dor, sofrimento e elucubrações....
Mas louvo a existência de incansáveis filósofos, afinal, é por causa deles que a humanidade evolui...
Jean Charlles

BLOGGER DESCONFIGURADO

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