sábado, 17 de junho de 2017

A escuridão do Iluminado



Um inimigo inteligente e experiente aprendeu a melhor maneira de destruir um ser nascido para o sucesso. Ele o rodeia porque sabe do seu potencial.
A sua primeira estratégia é confundir o ser maravilhoso, para que este não se atine para o próprio brilho que emana.
O inimigo é sagaz, sabe que não conseguirá esconder por muito tempo a luz do Iluminado, então inicia uma série de experiências na tentativa de descobrir como destruir por completo aquela vida, antes que ela comece a desabrochar.
Depois de inúmeras tentativas e observações, ele percebe uma pontinha de fraqueza naquele ser, e começa a investir naquele ponto.
O Ser não percebe de pronto que está sendo atacado, mas sente que seu vigor não é o mesmo e logo compreende que está perdendo força. Então ele fixa sua atenção naquela fatalidade em sua vida e toda a sua alma se volta para aquele problema. Condensa suas energias na tentativa de vencer o mal que lhe sobrepõe, mas percebe que é inútil. Aquela brecha em sua vida parece sugar toda a sua energia.
O Ser antes iluminado se vê entenebrecido. O seu mundo perde o colorido, ele não vê outra saída que não aceitar que perdeu. Busca a piedade do seu inimigo invisível, mas este se ri dele e inicia a segunda etapa do plano: cegar o Iluminado até que a morte alcance a sua vida e o mesmo pereça antes de brilhar. O inimigo faz o Iluminado olhar intensamente para o seu problema e vê-lo cada vez maior.
O Ser então se fecha e se esconde. Toca na própria ferida e lamenta a sua sorte. Fecha a face e se faz infeliz, como quem clama por misericórdia. Como quem pede socorro, tenta refrescar a sua alma como um mendigo pedindo pão. Então o tempo começa a correr e o inimigo passa a comemorar. Essa será mais uma vitória alcançada? Parece que sim! O Ser tenta reagir, mas não acredita na cura. Olha para os lados, mas não enxerga a saída.
O Ser tão iluminado que é não percebe a sua luz. Olha para si mesmo e enxerga um fracassado. A sua alma se vê desiludida, desenganada. Então vem o tempo e enfim leva o Ser, como leva tudo um dia. Acabou! O inimigo é de fato muito inteligente. Bastou ressaltar a fraqueza do Iluminado para que este se auto subjugasse inferior e assim não desse início à sua caminhada, deixando apenas a existência carregá-lo para a morte.
Fato é que só foi tocado num pontinho, mas foi levado a acreditar que aquele ponto era tudo. Aquele pontinho de fato existia, mas todo o restante era luz. Como o Iluminado se deixou levar tão facilmente por aquela questão? Como pôde ser tão cego de si mesmo?
Que fatalidade, não? Mas é isso mesmo, assim aconteceu com este Iluminado, e acontece todos os dias com muitos Iluminados. Pessoas cheias de potencial, cheias de energia, que de repente não aceitam mais serem vistas como luz só porque em determinado momento de sua vida as trevas as alcançaram.
Ora, as trevas sempre alcançaram a luz, mas jamais prevaleceram sobre ela. Onde entra a luz, as trevas perdem o espaço. Mas para que isso aconteça a luz precisa se impor. Precisa decidir brilhar. Necessita saber que é luz e não ficar esperando que uma outra luz se faça presente. Afinal, qual proveito há em acender um sol ao lado de outro sol?
Essa é a maneira que o inimigo encontrou para destruir um Iluminado: fazê-lo crer que não o era, haja vista que tem um problema, que tem uma falha. Como um Iluminado teria uma falha? Logo não é Iluminado. Na verdade, ele sabia que era luz, mas perdeu tanto tempo dando atenção à sua fraqueza que se esqueceu de brilhar. Então o tempo passou e lhe tirou a vez.
Iluminados! Prestem atenção: um espinho na carne traz de fato uma dor, mas se essa dor está dentro do seu limite de suportabilidade, então faça com ela apenas o necessário, suporte-a. No mais, se permita viver sem dar tanta importância para a dor. Assim, você terá o prazer de enxergar o brilho da sua própria luz, porque esse brilho é inevitável, sempre existiu e existirá em toda a sua jornada.
A vitória do inimigo não esteve em evitar a luz do Iluminado, porque esta façanha não é possível, mas foi destruir a visão para que este se prendesse em acreditar ser um fracassado e perdesse a chance de se guiar com a própria luz que emana.
Argumento de Patrícia Lima Ferreira
Jean Charlles

Um comentário:

  1. O inimigo não atacaria se não fossemos como as mais belas pedras preciosas para o Senhor. Então, chega de desalento, de cegueira e escuridão. Vamos para a LUZ, que esse é o nosso lugar. Ótimo texto, me ajudou muito! Obrigada!

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