sábado, 17 de junho de 2017

A Caverna do Dragão


Há certos “poderes” espirituais aos quais nos apegamos por nos dar a ilusão de que somos especiais. Ver o que ninguém vê, ouvir o que ninguém ouve, sentir o que ninguém sente, nos faz um nível acima dos outros. Nos sentimos úteis, poderosos, apesar de discursarmos o contrário. As pessoas nos procuram, nos dão créditos, nos pedem intercessões.
Mas toda essa excepcionalidade tem um preço, nos custa vida, saúde, serenidade, normalidade, sossego, alegria, estabilidade emocional, ordinaridade, e o sentimento de Deus em nós através da paz. A Paz. A paz que só os completamente desapoderados desses “prodígios” podem ter, e nem sequer têm noção de como são afortunados.
Eu particularmente abri mão desse poder. Pessoas esperam de mim histórias para compor suas curiosidades mórbidas de espiritualidade inferior para trazer-lhes aquele medinho, aquela sensação emocional divertida do trem fantasma ou filmes de terror. Mas agora, minhas visões, audições, sentimentos e percepções passam por uma triagem, só me permito o que vem acompanhado de sentimentos divinos de amor, paz e alegria. O que não vem, é rejeitado e repelido no mesmo segundo.
Às vezes vivencio coisas espirituais bem feias, mas dentro de um contexto de aprendizado que só um Pai amoroso pode trazer, com lições que ficam tatuadas no ser. O resto são experiências de extrema felicidade.
Não me permito mais imposições ocultas ou estupros espirituais, mentais e energéticos, que em nada se parece com o amor de Deus. Abro mão, não quero esse tipo de poder, quero apenas o poder da harmonia e o poder de ser apenas eu, com todos os meus defeitos e virtudes.
Quando eu era criança assistia a um desenho chamado A Caverna do Dragão, onde um grupo de amigos brincava em um parque de diversões e de repente se veem em um mundo paralelo. Foi dado a cada um deles um poder para lutar naquele mundo perverso. Uma luta sem fim, uma vida sem propósitos onde até o que seria guia deles, o Mestre dos Magos, os faziam trilhar por caminhos que não levavam a lugar nenhum. Presos em uma circunstância inútil e sonhando com a volta às suas vidas de paz no cotidiano da juventude.
Eu encontrei o portal e saí dessa dimensão, deixando lá os objetos de poder. 
Aqui fora, o Vingador ainda ronda, mas as armas não são mais minhas, há o Verdadeiro Guerreiro, o Mais Valente, que luta por mim com seu Poder Supremo.
Que Deus possa intervir sempre em nossos caminhos.


Bênçãos sempre!

Jean Charlles

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